Arara azul de Lear
Características
Possui a cabeça, pescoço e barriga azul-esverdeada, enquanto que o restante do corpo predomina a coloração azul-cobalto e uma barbela amarela em formato de meia-lua próximo a mandíbula. A conservação da espécie vem sendo ameaçada pela degradação da vegetação de Caatinga e, principalmente, pela ação de traficantes que retiram esses indivíduos da natureza.
Dados Técnicos
Tamanho: Aproximadamente 75cm
Peso: 900g
Longevidade: Em média 80 anos
Nível de Ruídos: Alto
Capacidade de Fala: Média
Maturidade Sexual: A partir dos 5 anos
Diferença Sexual: Não possui. Detectável apenas com o exame de DNA
Postura: 2 a 3 ovos
Tempo de incubação: 28 dias
Estatuto de conservação: Criticamente em perigo - Apêndice I da CITES
Taxonomia
Classe: Aves
Ordem: Psittaciformes
Família: Psittacidae
Gênero: Anodorhynchus
Espécie: Anodorhynchus leari
Distribuição Geográfica
Nordeste da Bahia, restrita à caatinga baiana, na ecoregião do Raso da Catarina, mais precisamente nos municípios de Canudos, Euclides da Cunha, Jeremoaba, Monte Santo, Santa Brígida, Paulo Afonso, Sento Sé e Campo Formoso, a Arara-azul-de-lear é uma das aves brasileiras menos conhecidas e mais ameaçadas de extinção.
Dieta
As araras-azuis-de-lear se alimentam do coco de licuri (Syagrus coronata). Possuem um método para que possam chegar as palmeiras licuri em segurança. O bando fica pousado em árvores altas, enquanto que indivíduos seguem para uma vistoria da área de alimentação e após conferência do local, o bando desce nas áreas onde estão localizadas as palmeiras e desfrutam dos coquinhos de licuri. Se alimentam também dos frutos do pinhão (Jatropha pohliana), umbu, flores de sizal (Agave sp) e mucumã, e em locais onde houve perda de habitat, invadem plantações de milho.
Cada arara consome cerca de 250 cocos por dia. Ao sinal de qualquer perigo, voam, levando o cachinho de licuri no bico.
Reprodução
No final do ano, com a chegada da chuva, inicia-se o período de reprodução. Os casais se separam do resto do bando e começam a produzir seus ninhos em cavidades nos paredões de arenito, onde colocam seus ovos e cuidam de seus filhotes (uma média de 2 filhotes por casal reprodutor). O índice de sobrevivência dos filhotes é de mais de 60%. Existem dois locais de nidificação e dormitório da Arara-azul-de-lear, um em Canudos, local conhecido como Toca Velha, em uma RPPN e outro em Jeremoabo, localizada no sul da Estação Ecológica do Raso da Catarina, Unidade de Conservação Federal.
Hábitos
Vive na caatinga arbórea do nordeste da Bahia.
Conservação
O principal motivo por essa espécie estar criticamente ameaçada de extinção, é o tráfico ilegal dessas aves e a destruição do seu habitat, afetando principalmente as áreas de alimentação.
Existe um Programa de Conservação da Arara Azul de Lear, realizado pelo Cemave, Pro-Aves, Fundação Biodiversitas e coordenado pelo IBAMA, bem como um comitê internacional para recuperação da espécie na natureza e em cativeiro. População silvestre atual estimada em torno de 600 indivíduos.
Quando o licuri escasseia, as araras partem pra alimentos alternativos. O principal é o milho. As lavouras da região acabam sendo destruídas, criando um conflito com os agricultores da região. O Cemave faz o ressarcimento do milho, mas o projeto é recente, não atende a todos os prejudicados porque depende do dinheiro de duas organizações não governamentais parceiras, a fundação Lymington e a Parrots International que financiaram mil dólares cada instituição.
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